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A Ética em questão

No momento em que todos exigem a prática de atos subordinados a dignidade, a honra e aos postulados legais, nada melhor do que falar em ética. Quando estou escrevendo lembro que, certa vez, perguntaram ao Vice-Presidente Hubert Humphrey, na administração de Lindon Johnson, como se poderia entender que no congresso americano estivessem tantos idiotas, e ele respondeu com naturalidade que idiotas constituem boa parte da população que merece estar bem representada. Lembrei também, que são as pessoas que reiteradamente praticam atos reprováveis e pequenos delitos, certas de que não serão percebidas ou punidas. Quantas são as pessoas que tentam subornar agentes de trânsito, que desrespeitam regras condominiais, que tentam burlar o fornecimento de energia, de água, etc., que invadem propriedades públicas e privadas, que apresentam currículos mentirosos, que cometem delitos eletrônicos, que estacionam em locais destinados a deficientes, que anunciam e vendem produtos sem nenhuma qualificação, que desrespeitam local destinados a idosos. São tantos, porque confiam na impunidade. Os exemplos são tantos, tantos e tantos! Deputados e Senadores que utilizam o bem público como se fossem seus, que fraudam notas fiscais, que indicam pessoas para o exercício de cargos em comissão e que se apropriam dos salários que lhes deveriam pagar. E aqui está um minúsculo quadro do panorama da corrupção que lavra no país.Então os Deputados e Senadores corruptos são representantes autênticos dos corruptos que fazem parte na nossa sociedade.Os nossos valores sociais estão esquecidos. Se não recuperarmos o senso correto desses valores, preservando-os, é porque estamos merecendo viver em uma escalada da corrupção.E o pior! Não podemos exigir ética na política porque estamos complacentes com o comportamento social, na vida diária, no comércio, na indústria, nos partidos políticos. E, certamente, os políticos são representantes legítimos dessa insensibilidade que grassa no tecido social. 

A Federasul tem seu Código de Ética que se destina a subordinar toda a sua atividade institucional, os seus dirigentes, parceiros e colaboradores.É claro que o Código não se exaure nas suas regras e nada mais é do que um padrão de comportamento que deve ser seguido. Ademais, não se pode esquecer, que quando se trata de comportamento humano, nas suas diversas formas, finalidade e destino, há que apreciá-lo de modo que os conceitos “de bem e do mal”, “do certo e do errado” prepondere.Então a inquirição que se faz é como saber o que é bem ou mal, certo ou errado? Induvidoso que esses conceitos devem ter parâmetros.E que ai é que se busca a ética, como capaz de encontrar a solução.   Aristóteles sustenta que a ético tem como ponto fundamental a procura do bem, que ela busca a verdade. Kant a entende como boa quando pratica o respeito ao dizer e quando pode se erigir como um exemplo para todos.   Stuart Mill, no seu conceito utilitarista formula o princípio da obtenção do maior bem, para o maior número de pessoas com a presença de prazer e ausência de dor. Em verdade todos esses conceitos são etéreos e incapazes de encontrar delimitações induvidosas, só haverá bem eu mal, certo e errado, quando uma unanimidade os aceitar como verdadeiros, mas ainda, há aqueles que sustentam a imoralidade do lucro, esquecendo que o lucro deve e pode ser subordinado à ética, quando deve estar associado ao desenvolvimento econômico, proporcionando melhoras pessoais e coletivas. Por isso é que se pode dizer que a ética é um padrão de excelência que vai além de interesses imediatos e egoísticos. Então, o trabalho realizado considerando as virtudes da lealdade e da verdade é um trabalho ético que qualifica organizações e as pessoas que as dirigem.Assim, embora a ética seja integrante da filosofia e como tal deve ser tratada, releve-se é uma necessidade, uma exigência de natureza humana, da convivência e do viver em sociedade.

 

André Jobim de Azevedo

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